sábado, 10 de maio de 2014

Soneto de Obsessão

Se por um dia me sobe à cabeça o prejuízo
Tal como uma coisa registrada em cartório
Possesso, desvairado, esgota todo o juízo
Dita a perda, urro, xingo, enceno velório

Comando e ponho guardas a todas fronteiras
Vou colocar em teu corpo, quiçá, o cadeado
Deixando encurralado de mil e uma maneiras
Fica, assim, quieto, silencioso e amarrado 

Contra os invisíveis, a guerra tá declarada
O perigo se remonta aos graus de insanidade
Incansavelmente, toda a baliza será vigiada


Decreto irracionais ordens contra liberdade
A camisa de força vai em mim sendo adornada
Mergulhado nessa tal loucura de propriedade

Orgulho

Perigosa casca que brilha
Disfarçada de escudo protetor
Mãe da dor e da dor é filha
Mascarada no seu próprio amor
Fora dela, à ilusão se humilha
Agudos espinhos a sufocar a flor