terça-feira, 12 de março de 2013

O azar do Gato Preto

Passou bem na minha frente
E eu atropelado imediatamente
Adeus, dinheiro do bolso
Fora catado por um moço
Em lugar de prestar socorro
Ai de mim! Hoje eu morro
Adeus, meu relógio do braço
Alguém me ajuda, o que eu faço?
Fui carregado pra enfermaria
Vermelho grosso sangue escorria
Veja só onde eu me meto
A polícia me chama Gato Preto
Eu, bandido, fui pra delegacia
Atropelado enquanto fugia
Fui jogado longe na rua
Voei tão alto, perto da Lua
Amassei a frente do transporte
Por ter feito escolha de sorte.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Procuro um poema

Procuro um poema
Que disfarce minha dor
Que me faça cantar
Que me encha de amor
Que me faça te amar
Que me ofereça uma flor
Que me traga o mar
Que me diga: "alô"
Que me faz trabalhar
Que seja despertador
E me faça curar
Ou me refresque o calor

No fundo, procuro um poema
Que seja meu lema
De segunda a segunda-feira
Que seja meu grito, minha bandeira.

Não tenho sentido

Tudo perde todo o sentido
A vida mostra o seu sentido
Vejo que não há sentido
Talvez isso eu tenha sentido
Aguardo sentado o sentido 
Se sentindo sem sentido
Sentido por não ser sentido
Sentindo não ter sentido
Sentido por não ter sentido.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Biscoitos


Talvez seu sabor me deixe afoito
Na amargura, recebo biscoito
Que me adoça lentamente
Empacotados no transparente
Não um ou dois, foram mais de oito.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Proveito

Se a vida não for longa
Que, ao menos, seja bem vivida.
Não se desperdice os sorrisos
E evite, ao máximo, criar ferida.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Doce e letal

Tenho veneno?
Sou tão doce

Que até impossível fosse

Tenho veneno?
Se o tenho de fato
Eu morro, eu mato
Tenho veneno?
Pobre de mim
O veneno é forte e não tem fim.