sexta-feira, 11 de março de 2011

Lembro-me bem...

Lembro-me bem da primeira vez que eu te vi. Tão linda a espreitar, mesmo não sendo tua intenção de me capturar em sua rede. Eu, concentrado em meu trabalho, mas seu sorriso provocava o meu sorriso, tirava-me a atenção. Isso aconteceu pelo menos umas duas vezes. Certo dia, por volta das 21h, nossos lábios se encontraram num beijo profundo e apaixonado em frente ao colégio. Pessoas passavam por nós, enquanto isso nossas almas se encontravam naquele primeiro tocar de lábios. Cenas de filme? Não, doce vida real! Peguei sua mão e te levei à praça. Por mais alguns minutos, permanecemos juntos até meu ônibus partir. Nunca mais cheguei a vê-la. Nossas vidas foram separadas pelo destino.  Deixei pra trás minha terra querida e fui em busca do meu futuro numa terra desconhecida. Quando retornei, seis meses haviam se passado, e, na noite do dia 22 de julho, eu te reencontro perdida na multidão.Tão linda e bela no auge de suas 15 primaveras. Lábios de morango, lembro-me bem. Beijos abençoados por São Benedito em meio á Praça do Centenário ao som do relógio da Enorme coluna. A Enorme Coluna acusou 1h da manhã, quando me disse que irias partir e sussurrando ao meu pé d'ouvido: "Não vai me esquecer."
Agosto, setembro, outubro se passaram. Quinta-feira, 25 de novembro, encontro-te novamente. Deusa loura de olhos castanhos de pele branca e macia veio celebrar comigo o aniversário do município. Por mais que as ruas gritassem, tua voz era a única música a soar em meus ouvidos. Por mais luzes e faróis que se acendessem à nossa volta, somente o teu sorriso e o brilho de teus olhos resplandeciam em minha face. Corações atados por toda a eternidade. A Ibiapaba congela nas madrugadas. Quem disse que sinto frio quando estou ao teu lado? Teu coração é uma bomba que não permite o sopro da serra resfriar meu corpo.
Por mais vezes, eu te encontro nas noites sambeneditenses. Por fim, volto a ficar confinado entre montanhas e o céu de anil. Tão longe de casa e do meu amor. Tua saudade se materializa em mensagens de celular. Vozes sem rosto e sem lábios visíveis pra que eu possa tocá-los se manifestam em meu celular. Lábios de morango, olhos castanhos, pele macia e cabelos loiros e longos espero encontrá-los novamente na segunda quinzena de julho. Estaremos juntos banhados por uma cachoeira, mergulhados num paraíso perdido nas fronteiras da Terra dos Verdes Mares.

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