Pondera, sobrepõe e pesa cada metade
Sem outro meio de viver no meio da insanidade
Ou que nos arraste pr'um outro de felicidade
Mesclados, paradoxo; sozinhos, rápida trivialidade
Puros mesmo dizem ser uma impossibilidade
Quem habita um pedaço por própria vontade?
Só se desfaz dos dois por fatalidade
Ou jeito brusco de fugir da realidade
Sempre em desequilíbrio, afastados de neutralidade
Se não há outro meio, nos restará que metade?
E todos os dias eu me pergunto se eu sou eu mesmo e se eu sou sempre assim - tão eterno e tão confuso. Nada mais me interessa senão viver essa eternidade. Meus dias nunca são vagos, por mais que eu diga o contrário...há sempre um presente guardado em um pacotinhos de segundos.
sábado, 28 de junho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
Soneto das Lembranças Juvenis
Hoje eu durmo e penso nos laços e nós que constroem as vidas
Cada amor que colore e cada nó ou aperto que as fazem cinzas
Nas formas, nas canções, complexidade tais bilhetes suicidas
Cada beijo, cada tapa, olhares ternos, calorosos e ranzinzas
Na paisagem, horários e no abraço, último olhar de despedida
Pensamentos que escapam pela janela por entre essas rodovias
Voltas sob as estrelas, pegadas na areia e a maresia sentida
Nosso retrato, nas madrugadas acordados, iguais manhãs frias
Do silêncio compreendido em oposição, alguma risada provocada
Pelo alcool, por nada, piada, desgraça ou exageradas e tantas
Do trote que tonto eu corro buscando cédulas ou moeda trocada
Da ferida que te deixo, da cara que fazemos!... Ah! e quantas
De toda memória ou palavra que em alguma hora fora eternizada
De lembranças que rego o passado igual faço às minhas plantas.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Futuro
O que há por trás detrás da colina?
De costas pra cabine, só vejo a janela
Corre o trem, ora desce, ora empina
Caminho turbulento, estrada singela.
sábado, 10 de maio de 2014
Soneto de Obsessão
Se por um dia me sobe à cabeça o prejuízo
Tal como uma coisa registrada em cartório
Possesso, desvairado, esgota todo o juízo
Dita a perda, urro, xingo, enceno velório
Comando e ponho guardas a todas fronteiras
Vou colocar em teu corpo, quiçá, o cadeado
Deixando encurralado de mil e uma maneiras
Fica, assim, quieto, silencioso e amarrado
Contra os invisíveis, a guerra tá declarada
O perigo se remonta aos graus de insanidade
Incansavelmente, toda a baliza será vigiada
Decreto irracionais ordens contra liberdade
A camisa de força vai em mim sendo adornada
Mergulhado nessa tal loucura de propriedade
Tal como uma coisa registrada em cartório
Possesso, desvairado, esgota todo o juízo
Dita a perda, urro, xingo, enceno velório
Comando e ponho guardas a todas fronteiras
Vou colocar em teu corpo, quiçá, o cadeado
Deixando encurralado de mil e uma maneiras
Fica, assim, quieto, silencioso e amarrado
Contra os invisíveis, a guerra tá declarada
O perigo se remonta aos graus de insanidade
Incansavelmente, toda a baliza será vigiada
Decreto irracionais ordens contra liberdade
A camisa de força vai em mim sendo adornada
Mergulhado nessa tal loucura de propriedade
Orgulho
Perigosa casca que brilha
Disfarçada de escudo protetor
Mãe da dor e da dor é filha
Mascarada no seu próprio amor
Fora dela, à ilusão se humilha
Agudos espinhos a sufocar a flor
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Incerta Certeza
Não, mas vou fingindo que sim
Sim, mas já não te interessa
Ao divagar, vai sendo assim
Vou devagar mas eu tenho pressa
A correnteza do tempo a me arrastar
Futuro incerto, incerto maldito
E sua máscara a sair do lugar
De só dizer o que não havia dito.
O talvez é o que resta
E se me sobra o sumiço
Nada de crise, nada de festa
Há coragem pra isso?
Impoe-me uma barreira de dor
Inquieta-me o medo do vazio
A maçaneta me rouba o calor
Atrás da porta, mistério frio
Fio de esperança
Desencapado
Choque de realidade
Eletrocutado
Solidão da cidade
Realidade concreta
Besteira da idade
Cada palavra soletra
Tique-taque...é a torturante hora que passa
Sem sentido, instantes passam a modo grosso
Tornando menor o espaço, devorado pela traça
E só aumenta o peso pendente acima do pescoço
Passo ligeiro com relógio estacionado
Em um diálogo infinito de um x oculto
Ponteiro incessante no sujeito parado
Desinteresse traduzido em assunto curto
Véu de metáforas sombrias
Contido e preso na caneta
Escondendo verdades frias
Misturadas à tinta preta
Subindo o monte por uma infinita curva
Sem ar, a vertigem vai me deixando tonto
Pra mais ou pra menos, mera ilusão turva
Ao final de três, resume-se tudo a um ponto.
quinta-feira, 6 de março de 2014
Remorso
Foi
logo ali na ponte que une
E que
agora é sinal que me pune
Grande mal
de cortar um coração
Simbolo de
nossa separação
Entre
ornitorrincos e xaropes
Lepo-lepos
e Potocs
Ah,
Carnaval de perfeição
Eu tinha
tudo ali na minha mão
Tolo
estúpido, ai como eu sinto
Dói
demais, não minto
Eu que sou
o culpado
O vilão
descarado
E agora o
arrependimento
Pior
sentimento
Eu tento
esquecer, eu forço
Esse ácido
na alma é meu remorso
Devolve-me
a calma, oh tempo
Devolve
meu contentamento
E você de
volta, talvez
Mesmo que
por um mês
Pra mim,
você já é eterno
Me retira
aqui desse inferno
Há algo
ainda que se faça
Depois de
uma estupidez devassa?
Creio que
não, acho que não
Te perdi,
joguei fora teu coração.
(6/3/2014)
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